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14-04-2004

Lucidez inquinada


Editorial

A campanha para as Eleições para o Parlamento Europeu (13 de Junho) está tão perto como o campeonato da Europa.
Os partidos aquecem argumentos, engendram estratégias, treinam gargantas, olham para o lado, contam espingardas.
Os argumentos serão poucos, não porque não os haja, mas porque os portugueses estão pouco versados e interessados na Europa. Só olham para ela, quando chove dinheiro, quando lhes cheira a maminha.
Também alguns partidos irão estar pouco interessados em discutir a União Europeia, que começa a gerir os nossos dinheiros, a nossa produção, a cortar-nos o fato e as unhas. Em casa, pouco mandamos. E, por cima, ainda nos ameaçam com o corte da ração, salvo seja.
Por exemplo, toda a esquerda, a começar pelo PC e a acabar no PS, terão como alvo o governo e as suas medidas ou a falta delas. O que o PC advoga, tão reticente quanto à UE, é um claro cartão vermelho ao governo e às suas políticas. O mesmo acontecerá, naturalmente, com o PS, o BE e os Verdes. E, claro, o PSD e PP terão a tentação de dar respostas aos ataques que se adivinham diabólicos. Serão uma espécie de eleições primárias. Ou um folhetim, visto todos os dias.
Se ameaçam com cartões, tudo indicia que as eleições europeias para nós vão ter uma carga desportiva. Mortos por mostrar cartões estão todos. Se não puder ser o vermelho, que será, se a coligação perder, que seja, ao mínimo o amarelo bem carregado, pede a esquerda na praça. A Europa que fique para depois, talvez porque continuamente perdemos o comboios.
O slogan da coligação - Força, Portugal - tem também um cheirinho ao Europeu 2004, protesta o PS, e é um aproveitamento da onda que, por acaso, nem ajudará muito no momento, porque uma selecção de empatas tardará em embalar para uma vitória plena, retumbante.
Há uns tempos, o mesmo partido dizia que a coligação tinha aproveitado o slogan de Berlusconi - Força, Itália. Agora, diz que aproveita o slogan da Selecção Nacional. Do mal o menos.
Incongruências!
A preocupação da roupagem. O essencial às malvas!

Os cabeças de lista de uns (PS) e de outros (Coligação PSD/PP) já se sabe quem são. Do lado do PS, Sousa Franco, o grande responsável pelo estado calamitoso a que chegaram as finanças públicas no reinado de Guterres, que tinha de o suportar nas suas teimosias. Quem sabe se não terá concorrido para a sua debandada.
Do lado da coligação, o ex-comissário europeu, Deus Pinheiro, que teve o consenso do partido de Paulo Portas de quem esqueceu alguns agravos, no tempo em que PP esteve no “Independente”, isto em nome do interesse da coligação que é vencer.
Oxalá os anjos estejam com Deus, porque os portugueses nem todos estarão.
Para vencer são necessários votos que irão ser muito poucos, como consequência da nossa pouca apetência pela Europa. Desde que tenhamos pão, férias, futebol, festas, umas cervejolas e, muito melhor, se umas santolas, já somos felizes e bailamos ao som de velha grafonola.
O que se verifica é que, tal como acontece no futebol, com a nossa selecção, também os portugueses não se revêem nos partidos nem há laços de afectividade entre governo e governados.

Segundo previsões, a abstenção será a grande ganhadora. Irão votar apenas 30% dos portugueses. Também levados pelo desencanto de que todos sofremos e pelo pouco crédito que depomos nas mãos dos nossos políticos que, em vez de tratarem das verdadeiras questões nacionais ou da Europa, gastam a garganta e a saliva em questiúnculas partidárias, a ver aquele que é pior e chega mais baixo, em coisas marginais.
Quem não se importará muito que não vão muitos portugueses votar é o escritor José Saramago, que integra a lista do PCP. Pelo menos, até parece.
Dentro das suas perigosas lucubrações, no seu último livro,” O ensaio sobre a Lucidez”, vem defender o voto em branco.
Não sabemos como é que qualquer candidato possa ser eleito com este tipo de votação. Com este tipo de votação, não vai longe na Europa, mas vende livros como quem vende cravos no mercado do Bolhão, graças à máquina montada à sua volta. Pode escrever coisas sem nexo, sem pontuação nem regras gramaticais, que há pessoas que o hão-de bajular sempre.
Também é verdade que há quem diga que, se não fosse de esquerda, nunca tinha ganho o prémio. Não somos nós que refutamos essa asserção, nem tão pouco uma afirmação de Emídio Guerreiro: “Tantas páginas sem vírgulas nem pontuação. No meu tempo levaria um zero...”Não diremos tanto, mas que, por vezes, é intragável, lá isso é! Nem todos são “Memoriais de Convento.
Isto é, J. Saramago pode dizer os disparates que entender, entrar em flagrantes contradições, que todos lhe perdoam, até acham graça. Porque, afinal, ele que fez saneamentos de colegas, quando trabalhava num diário da capital, no tempo do Processo Revolucionário em Curso (PREC), ele que admira Fidel de Castro e sua revolução, que anda de burro, o que, no fundo, pretende teorizar é que o voto em branco seja nos partidos de Direita ou Centro, na Democracia. Agora, o voto, bem da cor das papoilas, esse que seja nas estranhas “manhãs que cantam”..
Na apresentação do livro, no Porto, afirmou JS que “as caves do regime democrático estão cheias de esqueletos” .
Além de escrever sem pontuação e pregar tudo o que é de pior para as democracias, a quem aliás está a prestar um mau serviço com estas páginas, fazendo campanha a favor do voto em branco, faz-se esquecido e lava os esqueletos de todos os gulagues russos.
“Saramago é um escritor pouco interessante e nada original”, escreveu, no Diário de Notícias, o insuspeito Vasco Pulido Valente que não se ficou por aqui, logo acrescentando: “ a ideia do voto em branco, além de conformista, é eminentemente estúpida”.
Tanto mais estúpida e contraditória, quando é verdade que ele vai com a CDU pedir votos para a roleta vermelha. No mínimo, esta atitude revela falta de bom senso e nítida falta de vergonha.
A lucidez que ele apregoa e tantos reverenciam, está, à partida, inquinada e cegueta.
Se não estiver mesmo a chuchar connosco...

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